Paridade
remuneratória:
está chegando a hora
Recuperação
plena até o final do governo Alckmin: foi
essa a promessa e a carreira espera que seja cumprida |
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Desde o ano
de 1994 as três carreiras jurídicas estaduais –
Magistratura, Ministério Público e Procuradoria do Estado
– vinham recebendo a mesma remuneração. Porém, em
setembro de 2000, o Governo do Estado, descumprindo a
sistemática então vigente, não repassou aos procuradores do
Estado o aumento de 38% concedido à Magistratura e ao
Ministério Público, gerando uma grave crise institucional,
que somente foi cessar com a posse do atual procurador-geral
do Estado. Elival da Silva Ramos apresentou à carreira uma
nova sistemática para o pagamento da verba honorária. Ela
seria reajustada anualmente, de acordo com a variação da
arrecadação do ano anterior, o que permitiria a reconquista
da paridade remuneratória.
Em abril de 2002, com
a majoração da verba honorária, os procuradores do Estado
receberam um acréscimo remuneratório da ordem de 23%. Mas,
em seguida, os membros da Magistratura e do MP obtiveram novo
reajuste, cerca de 15,63%, em razão da alteração da
remuneração dos juízes federais, ocorrida em junho daquele
ano. Em conseqüência, a diferença, que era de cerca de 15%
em abril de 2002, quase dobrou no segundo semestre daquele
ano. Além disso, os membros das demais carreiras jurídicas
passaram a receber, a partir de janeiro de 2003, as
diferenças desse aumento, retroativas a janeiro de 1998,
divididas em 84 parcelas mensais.
No início de 2003,
apurou-se que a arrecadação da verba honorária de 2002
havia superado em aproximadamente R$ 72 milhões o valor
projetado, saldo esse que permitiria – com folga – o
retorno da paridade remuneratória. Com efeito, em face da
sistemática que o PGE afirmara ter acordado com o Governo do
Estado, bastaria, para o retorno da paridade remuneratória
naquela ocasião, um aumento de cerca de 33% sobre a verba
honorária, enquanto que, pelo saldo da arrecadação do ano,
poder-se-ia ter um aumento de até 43% na verba . Todavia, o
aumento dado ficou em cerca de 10% do total da remuneração.
O procurador-geral do Estado argumentou que a arrecadação de
2002 não poderia servir inteiramente de base para a
revalorização da quota da verba honorária, em razão da
anistia havida no ano anterior. Com o esse reajuste de 10%, a
diferença entre a remuneração de procuradores e magistrados
passou a ser de cerca de 17%. Mais uma vez, postergava-se a
recuperação da paridade. Afirmava-se que este era o objetivo
a ser atingido até o final do governo Alckmin.
Pela
arrecadação da verba honorária até meados de
novembro,
é possível prever que haverá vultoso saldo entre o valor da
arrecadação da verba
honorária deste ano e o projetado, e que esse saldo será
mais que suficiente
para a recuperação da paridade entre as carreiras
jurídicas, nos valores de 2006
Em 2003, a
arrecadação superou em quase R$ 10 milhões o valor
projetado. Mesmo assim, em 2004, os procuradores do Estado
não tiveram nenhum reajuste na verba honorária (situação
que ficou conhecida como "reajuste zero") sob o
fundamento de que a arrecadação fora inferior à do ano
anterior (fato, diga-se de passagem, absolutamente previsível
após uma anistia). Não obstante esse "reajuste
zero", o procurador-geral do Estado fez questão de
afirmar que a sistemática estava mantida e que, em 2005,
teríamos o reajuste nos termos da sistemática fixada. A
arrecadação da verba honorária de 2004 superou o valor
gasto em mais de 30%, tendo havido um aumento da arrecadação
de aproximadamente 26%, em relação ao ano anterior, valor
mais do que suficiente para que fosse alcançada a paridade
com as demais carreiras jurídicas.
No dia 28 de julho de
2005 foi anunciada a revalorização da quota da verba
honorária dos procuradores do Estado no exato percentual para
a recuperação da paridade remuneratória, mas nos valores
vigentes no mês anterior. Dois dias antes, em 26 de julho,
havia sido sancionada a Lei Federal nº 11.143, fixando o
subsídio dos ministros do STF em R$ 21.500, retroativamente a
1º de janeiro de 2005, e R$ 24.500, a partir de 1º de
janeiro de 2006.
O novo quadro -
Desde setembro deste ano, a diferença da remuneração dos
procuradores do Estado em relação aos membros da
Magistratura e do Ministério Público passou a ser de 12,47%.
Com o aumento previsto para janeiro de 2006, a diferença
deverá saltar para cerca de 27%.
Chegou o momento de
sabermos se, de fato, a sistemática acordada em 2001, cujo
objetivo final era a paridade até o final do governo Alckmin,
funcionará efetivamente. Pela arrecadação da verba
honorária até meados de novembro, é possível prever que
haverá vultoso saldo entre o valor da arrecadação da verba
honorária deste ano e o projetado, e que esse saldo será
mais que suficiente para a recuperação da paridade entre as
carreiras jurídicas, nos valores de 2006.
Desde 2002 não houve
nenhuma anistia de débitos tributários estaduais, de sorte
que esse saldo, a ser apurado em valores exatos no início do
próximo ano, foi realmente fruto da dedicação e do trabalho
de todos os colegas que desempenham suas atribuições na
área da cobrança dos débitos estaduais.
Os procuradores do
Estado confiaram na sistemática remuneratória que foi
acordada em 2001, de reajustes graduais segundo o incremento
da arrecadação da verba honorária, e na promessa de que
ocorreriam aumentos anuais. Portanto, é hora de o governo
cumprir o prometido: o restabelecimento da paridade
remuneratória dos procuradores do Estado com as outras
carreiras jurídicas estaduais. É o que espera a carreira.
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