A
partir das idéias apresentadas ao colega Paulo Novaes, membro
do Conselho Fiscal, nas reuniões que realizou em todas as
unidades das Procuradorias Regionais situadas fora da capital
e da Grande São Paulo, a Apesp vem buscando amadurecer
propostas visando efetivamente a melhorar o desempenho e a
satisfação dos procuradores no exercício de suas funções.
Vários
temas foram tratados nas duas reuniões já realizadas com o
subprocurador-geral do Estado do Contencioso. Como primeiro
tema, destaca-se a questão da especialização de bancas,
atendidas as peculiaridades de cada local.Ao que parece, será
implantado, já no início de 2006, o transporte contratado de
processos, conforme planejado pelo GPGE,sendo,
pois, viável que procuradores aprofundem-se nas áreas
jurídicas com que mais se identificam.
|
|
Visando a bem
implementar a idéia, a Apesp propôs a criação de um Centro
de Apoio aos Procuradores, também com a função de buscar a
uniformização das linhas de atuação em cada área, missão
a ser desempenhada por coordenadorias temáticas instaladas
junto ao Gabinete do Subprocurador Geral do Contencioso.
Seguindo os moldes das procuradorias especializadas da
capital, tais coordenadorias poderiam se desenvolver, num
primeiro momento, nas áreas Fiscal, Judicial e
Ambiental/Imobiliária, reportando-se cada procurador
diretamente à sua respectiva coordenadoria, tanto para obter
suporte jurídico quanto orientação técnica.
Essa nova estrutura
poderia ser criada mediante regulamentação das próprias
rotinas do Contencioso, não demandando cargos específicos ou
maiores dificuldades. Organizados desse modo, é provável que
a satisfação pessoal dos procuradores reste incrementada,
principalmente em razão da melhor qualidade e amplitude na
prestação dos serviços.
Um tema bastante
discutido pelos colegas nas reuniões realizadas nas Regionais
e que foi levado ao GPGE é a dificuldade dos procuradores em
substituições para coberturas de férias e licenças, tendo
sido sugerido que o substituto receba, ao menos, alguma
compensação pecuniária a ser rapidamente estabelecida.
Outra queixa
praticamente unânime, a carência de funcionários, poderia
ser amenizada, ao menos provisoriamente, mediante a
celebração de convênio entre a PGE e a Fundap que, tanto
para a PAJ quanto para muitas secretarias, já fornece
mão-de-obra. A Fundação intermedeia a contratação de
estudantes de nível técnico que, por dois anos, exercem
funções relacionadas às áreas em que estudam, como
Informática, Secretariado e Administração. Mesmo não sendo
a solução ideal, seria de grande alento, principalmente
naquelas unidades que possuem apenas um ou dois funcionários,
ou mesmo nenhum.
No tocante à
informática, o contrato celebrado com a empresa Hexa
Informática trouxe consideráveis benefícios, pois o
funcionamento de softwares tem assistência assegurada.
No entanto, permanece não equacionado o reparo de hardware,
também imprescindível. De acordo com especialistas, é
possível licitar preços de peças básicas que, se
necessário, poderiam ser adquiridas pela mesma empresa,
elaborando-se aditamento contratual nesse sentido. Assim,
seria possível o reparo completo das máquinas, com mais
tranqüilidade aos procuradores que dependem dos computadores
para todos os serviços que desempenham.
Alterações
legislativas – Reivindicações
que demandam alteração na legislação também se
multiplicam, destacando-se, dentre outras, a criação do
cargo de Oficial de Procuradoria, implantação urgente de
nova sistemática para promoções e redução do número de
níveis funcionais para harmonização com as carreiras afins.
Tais pleitos, reconhecidos como essenciais pela grande maioria
dos colegas, deveriam se traduzir em anteprojetos de lei.
Todavia, sendo tais projetos prerrogativa do governador do
Estado, a Apesp está tentando convencer o GPGE de sua
importância, esperando atuar conjuntamente, buscando
convencer os demais órgãos governamentais da importância
desse pleito.
Nossa instituição
está prestes a passar por grandes mudanças. De fato, com a
introdução, entre nossas atribuições, da defesa e
representação das autarquias, que são em grande número
pelo Estado afora, e o efetivo controle integral da Dívida
Ativa, teremos substancialmente majorada nossa carga de
serviço. Aumenta, ainda, a pressão para que seja ampliada a
assistência jurídica aos órgãos da administração,
especialmente na seara ambiental, já tendo passado para as
atribuições das Regionais o exame dos processos Graprohab.
Nessa mesma linha, a Cetesb, responsável pelo controle da
poluição em todas as suas formas, e os demais órgãos
licenciadores dos empreendimentos (Daia, DEPRN, Instituto
Florestal), que têm ramificações em todo o Estado,
prescindem totalmente de assessoramento jurídico,
principalmente de índole preventiva, na faina diária de
cuidar da preservação dos bens ambientais, falta que tem
acarretado múltiplas investidas visando à
responsabilização judicial do Estado.
Assim, ao lado da
Consultoria da Pasta e atuação da PPI na capital e algumas
áreas da PR-1, em várias unidades do interior o serviço
específico também tem de ser prestado, na defesa do próprio
Estado e também do meio ambiente, incumbência do poder
público em geral, conforme dispõe o artigo 225 da Magna
Carta, e do nosso Estado em particular, consoante estabelece o
artigo 193, XIV, da Carta Estadual.
Nosso futuro –
Verifica-se que a PGE terá de assumir esses novos papéis,
podendo e devendo fazê-lo. "Nosso time" será
imediatamente reforçado com a entrada de 100 novos colegas e,
a médio prazo, mediante o aproveitamento dos que, atualmente
lotados na PAJ, acabem mantendo-se na PGE quando da criação
da Defensoria Pública.
Portanto, urge sejam
programadas, pelo Centro de Estudos, reuniões abertas para
que, juntamente com os membros do GPGE, todos esses temas,
entre outros, possam ser amplamente debatidos por
representantes de todas as unidades, orientando a tomada de
decisão.
Cabe a todos nós,
procuradores do Estado engajados e preocupados com os
desígnios da instituição, contribuir para a construção de
uma nova mentalidade, afinada com esses novos papéis a serem
desempenhados. Somente a efetiva participação,
constantemente incentivada pelos órgãos superiores da
administração, poderá levar a PGE a ter estrutura e
desempenho compatíveis com a grande instituição
polarizadora da orientação e defesa jurídicas do Estado do
século 21.