Para
candidatos ao governo de SP,
PGE tem importância estratégica
O
Jornal do Procurador traz nesta edição especial uma
entrevista com os principais candidatos ao governo
paulista que concorrerão no pleito convocado para o próximo
dia 1° de outubro. As perguntas formuladas e o espaço
oferecido aos candidatos para as respostas foram idênticos.
“É fundamental que os procuradores de Estado conheçam
a visão dos candidatos sobre a PGE e seus projetos para
uma valorização da advocacia pública paulista”,
comenta Marcos Nusdeo, presidente da APESP.
A
cada entrevista, antecede um breve perfil do candidato.
Os entrevistados são Orestes Quércia, da coligação
PMDB/ PP; José Serra, da coligação Compromisso com São
Paulo (PSDB/ PFL/ PTB/ PPS); Aloizio Mercadante, da
coligação Melhor pra São Paulo (PT/ PC do B/ PL/PRB/
PRTB); Carlos Apolinário (PDT); Mário Luiz Guide (PSB)
e Plínio de Arruda Sampaio, da coligação Frente de
Esquerda por São Paulo (PSTU/ PCB/ PSOL).
Atualização
da Lei Orgânica da PGE se faz necessária
Orestes
Quércia
Coligação:
PMDB/PP Naturalidade:
Igaçaba, SP (nascido em
18/08/1938)
Partido: PMDB
Formação profissional: empresário e advogado
Cargos anteriores: vereador e prefeito de
Campinas, SP; deputado estadual e senador
(MDB); governador do Estado de
São Paulo (PMDB).
Candidato
a vice-governador:
Nélson Áttila Russomano (PP)
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JP – Na avaliação do senhor,
o que a Procuradoria Geral do Estado representa para a
Administração estadual e para a preservação do
interesse público?
Orestes Quércia – A
Procuradoria tem uma trajetória que se confunde com a
história de São Paulo. É a advogada do Estado e de
seu povo. Destaco em especial sua bem-sucedida atividade
na cobrança da dívida ativa e na proteção dos cofres
públicos contra tentativas mal-intencionadas de obtenção
de vantagens indevidas.
JP – Nos dois últimos anos, a
atuação dos procuradores com a arrecadação da dívida
ativa rendeu ao erário estadual mais de R$ 1 bilhão de
reais, apesar da precariedade de infra-estrutura
material e de serviços de apoio. Além disso, a PGE
conseguiu suspender e reverter significativas condenações
judiciais em precatórios não-alimentares, gerando uma
economia de cerca de R$ 3,5 bilhões para os cofres públicos.
A partir dessas informações, quais ações o senhor
adotará para aperfeiçoar a PGE e valorizar a atuação
dos procuradores de Estado?
Orestes Quércia – Pretendo
valorizar, de forma conjunta e isonômica todo o
funcionalismo do Estado.
JP – Qual a opinião do senhor
sobre a proposta de democratização da PGE, por meio da
escolha do procurador geral pelo governador, a partir de
lista tríplice eleita pela Carreira, assim como sobre a
previsão de autonomia funcional e orçamentária para a
Instituição?
Orestes Quércia – A fórmula
da lista tríplice para escolha de um nome pelo
governador consagrou-se em nosso Estado. É adotada em várias
repartições e instituições. Por isso, terá o meu
apoio, desde que produzida num processo democrático e
que valorize o mérito dos indicados. JP – A Lei Orgânica
da PGE (Lei Complementar n° 478, de 18/07/1986)
celebrou recentemente 20 anos de existência. Nesse período,
a realidade da Instituição e as demandas da Carreira
se modificaram profundamente. Qual a opinião do senhor
sobre a elaboração de uma nova LO, debatida com toda a
Carreira?
Orestes Quércia – Creio que se
faz necessário atualizar a Lei Orgânica da PGE, que
está defasada, até mesmo em relação à Constituição
da República.
JP – No ano de 2000, a paridade
remuneratória entre procuradores de Estado, juízes e
promotores foi quebrada. Este fato tem criado vários
problemas à PGE, como a migração de procuradores para
outras carreiras jurídicas. No atual governo, foi
implantada uma sistemática remuneratória de revalorização
anual da verba honorária, proporcional ao aumento da
sua arrecadação, com o objetivo de recuperar a
paridade remuneratória até o final de 2006. Qual será
a política remuneratória de seu governo para os
procuradores?
Orestes Quércia – Tenho notícias
de que os últimos governos causaram estragos em
carreiras e salários de servidores essenciais à máquina
administrativa. No caso dos procuradores, nosso empenho
será para manter um quadro de carreira estável, pois
esse é um serviço em que a experiência e conhecimento
acumulados traduzem-se em grandes vantagens para o povo
de São Paulo.
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