A paridade será a referência para
definir a política de remuneração
Aloizio
Mercadante
Coligação: Melhor
pra São Paulo (PT/
PC do B/ PL/ PRB/ PRTB)
Naturalidade: Santos, SP
(nascido em 13/05/1954)
Partido: PT
Formação profissional: economista
Cargos anteriores: deputado
federal e senador (PT/SP)
Candidato
a vice-governador:
Nádia Campeão (PC do B)
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JP
– Na avaliação do senhor, o que a Procuradoria Geral do Estado
representa para a Administração estadual e para a preservação do
interesse público?
Aloizio
Mercadante – A importância da PGE está definida na Constituição:
ela é a instituição
encarregada da orientação jurídica e da representação judicial
do Estado com vistas exclusivas à preservação do interesse e do
patrimônio públicos. Mais que isso, a PGE é peça importante para
o desenvolvimento econômico e social que queremos proporcionar no
Estado, na medida em que será ela quem dará o formato legal das
políticas públicas que queremos implementar.
JP
– Nos dois últimos anos, a atuação dos procuradores com a
arrecadação da dívida ativa rendeu ao erário estadual mais de R$
1 bilhão de reais, apesar da precariedade de infra-estrutura
material e de serviços de apoio. Além disso, a PGE conseguiu
suspender e reverter significativas condenações judiciais em
precatórios não-alimentares, gerando uma economia de cerca de R$
3,5 bilhões para os cofres públicos. A partir dessas informações,
quais ações o senhor adotará para aperfeiçoar a PGE e valorizar
a atuação dos procuradores de Estado?
Aloizio
Mercadante – Esses dados comprovam a qualidade e a importância do
trabalho desenvolvido pelos procuradores do Estado, permitindo que
recursos públicos não sejam perdidos ou apropriados indevidamente
e possam, assim, ser aplicados em políticas sociais, que são
fundamentais para a redução da desigualdade social, principalmente
nas áreas da educação, saúde e geração de emprego.
JP
– Qual a opinião do senhor sobre a propostade democratização da
PGE, por meio da escolha do procurador geral pelo governador, a
partir de lista tríplice eleita pela Carreira, assim como sobre a
previsão de autonomia funcional e orçamentária para a Instituição?
Aloizio
Mercadante – No nosso governo, a escolha será feita por meio de
uma consulta ampla da categoria. Valerão como critérios a competência
e o desempenho na carreira. Mas a indicação do procurador é uma
prerrogativa que o governador não pode abrir mão, em razão do
papel estratégico do procurador geral.
JP
– A Lei Orgânica da PGE (Lei Complementar n° 478, de 18/07/1986)
celebrou recentemente 20 anos de existência. Nesse período, a
realidade da Instituição e as demandas da Carreira se modificaram
profundamente. Qual a opinião do senhor sobre a elaboração de uma
nova LO, debatida com toda a Carreira?
Aloizio
Mercadante – Concordo que a reaalidade social, política e jurídica
do país e do Estado mudou completamente nesses últimos 20 anos.
Por isso, é necessária a adequação da Lei Orgânica da PGE ao
atual contexto e, mais ainda, à realidade que queremos ver no
Estado, mais democrático e mais participativo. Como ponto de
partida para a revisão da Lei Orgânica da PGE, é indispensável e
fundamental que os próprios procuradores do Estado – que vivem o
dia-a-dia do trabalho e têm conhecimento das demandas, das
dificuldades e das possibilidades – proponham o formato que uma
nova PGE deve ter, para que, depois, esse formato seja debatido com
os demais atores políticos e sociais.
JP
– No ano de 2000, a paridade remuneratória entre procuradores de
Estado, juízes e promotores foi quebrada. Este fato tem criado vários
problemas à PGE, como a migração de procuradores para outras
carreiras jurídicas. No atual governo, foi implantada uma sistemática
remuneratória de revalorização anual da verba honorária,
proporcional ao aumento da sua arrecadação, com o objetivo de
recuperar a paridade remuneratória até o final de 2006. Qual será
a política remuneratória de seu governo para os procuradores?
Aloizio
Mercadante – O tratamento institucional, funcional, previdenciário
e remuneratório dos procuradores do Estado deve ser o mesmo das
demais carreiras essenciais ao funcionamento do sistema de justiça,
quais sejam, magistrados, promotores e defensores públicos. O princípio
da paridade deve ser referência para a definição da política de
remuneração. Além disso, vamos manter uma mesa permanente de
discussão para todas as formas de representação.
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