ASSOCIAÇÃO DOS PROCURADORES DO ESTADO DE SÃO PAULO

 

 
Festa de fim de ano __________________________________


Como dizia o poeta, alegria
é assim... como a luz no coração


Com festa, os procuradores se despedem de mais um período de batalhas,
porque o suor suado com alegria é a reciclagem da energia para enfrentar
de cabeça erguida, sempre, o novo período que já vem

 

A tradicional confraternização da carreira, na Hebraica, mais uma vez demarcou com muita energia e vibração a passagem de uma nova etapa vencida. O ano que se foi representou mais algumas vitórias do profissionalismo sobre as incertezas quanto ao justo reconhecimento. Da perseverança diante da tentação ao desencanto, já que tudo que se conquista, se conquista a duras penas.

Nas palavras do presidente da Apesp, José Damião de Lima Trindade, o evento é um momento singular, em que a carreira dos procuradores recicla, "com alegria vibrante", suas energias. Com efeito, essa energia foi colocada à prova em 2005. 

Com ela se pôde debater intensamente, e avançar, na questão da paridade remuneratória, na construção de propostas e soluções para a PGE que se pretende para o século 21, na aprovação do projeto da Defensoria Pública de São Paulo.

"A alegria com que celebramos as superações deste ano revigora a unidade, generosa e valente, com que devemos enfrentar os embates de 2006, que promete ser um ano quente", diz Damião. Ele, que nas últimas duas gestões à frente da Apesp vem representando os interesses coletivos da carreira – "uma honra e um privilégio", diz –, antecipou uma despedida, avisando que a partir de março, após a eleição para renovação da diretoria, a entidade deverá ter "um novo presidente, ou uma nova presidenta".

O procurador-geral, Elival da Silva Ramos, mencionou que todo ano é marcado por muito trabalho e dificuldades, mas sempre com muitas vitórias. Entre elas, defende a sistemática remuneratória – "que está dando certo" – e destaca os passos dados em direção à paridade com as demais carreiras. Elival Ramos ressaltou ainda, como mais recente conquista, a criação da Escola Superior da PGE, aprovada pelo Conselho Federal de Educação e que, a partir de março, será uma nova oportunidade de aprimoramento acadêmico, em regime de pós-graduação e lato sensu, pela carreira.

O show de Ney Matogrosso, na companhia de Pedro Luís e A Parede deu o toque mágico à noite, atraindo todo o salão a concentrar-se numa aglomeração apaixonada diante do palco (veja texto na página ao lado).

É claro, encerrar o ano com uma festa tão vibrante não significa passar uma borracha nos acontecimentos que entristeceram. Da perplexidade com a política que abalou a esperança à apreensão com o clima – a seca da Amazônia, a fúria dos ventos e das águas no Brasil e no mundo, indicando os protestos do planeta contra os maus tratos a que vem sendo submetido.

É aí que entra a energia de poder celebrar, ao lado das pessoas mais queridas, as conquistas alcançadas. Porque é assim que se enfrenta a perplexidade e se reconstrói a esperança, sem nunca se perder de vista o sonho da boa política na construção de um país democrático e justo. É ouvindo os recados da natureza que nos preparamos, e aos que vierem depois de nós, para consertar os estragos, tomar e exigir atitudes, porque respeitar o planeta é possível.

Afinal, se "alegria é como a luz no coração", como diz o poeta, "para fazer um bom samba é preciso um bocado de tristeza, porque o bom samba é uma forma de oração, é a tristeza que balança e que tem sempre uma esperança de não ser mais triste, não".

     

O presidente da Apesp, José Damião de Lima Trindade (esq.), homenageou o funcionário Cosme Legrazie, que se aposentou após 28 anos na Associação. E antecipou a despedida, anunciando que em março a entidade terá "novo presidente ou nova presidenta". O procurador-geral Elival da Silva Ramos festeja as vitórias obtidas pela PGE

Ney Matogrosso, Pedro Luís e A Parede fizeram uma das últimas apresentações do show que viajou o país ao longo do ano. No repertório, mistura de Secos&Molhados, como Assim assim (São duas horas da madrugada de um dia assim / Um velho anda de terno velho assim, assim / Quando aparece o Guarda Belo / Quando aparece o Guarda Belo); Disritmia, de Martinho da Vila (Eu quero ser exorcizado pela água benta desse olhar infindo / Que bom ser fotografado mas pelas retinas desses olhos lindos / Me deixe hipnotizado pra acabar de vez com essa disritmia / Vem logo vem curar seu nego que chegou de porre lá da boemia...); e novas, como Vagabundo (Acordei o sol na minha cara / Cara que mamãe beijou / Vagabundo que sou, acordando tarde / Antes tarde do que numa hora certa errada). Público aplaudiu o show do começo ao fim

 
 Parede musical

Quando os músicos começaram a soltar os primeiros acordes, salão, mesas e cadeiras começaram a esvaziar, e a "clareira" diante do palco deu lugar à multidão. Ricardo Silveira (guitarra), Pedro Jóia (violão e alaúde árabe), Glauco Cerejo (sopros) já são companheiros de guerra de Ney Matogrosso. Desta vez, estavam acompanhados de A Parede, banda do compositor Pedro Luís (violão e guitarras), com Mario Moura (baixo e percussão), Sidon Silva, C.A. Ferrari e Celso Alvim (percussão).

Entre sucessos dos Secos&Molhados, como Assim assado, sambas antigos, como Disritmia, de Martinho da Vila, e novas e antigas composições rearranjadas para o CD Vagabundo, o show prendeu do começo ao fim. Desde os mais jovens aos senhores mais grisalhos, não havia um olhar que não estivesse fixado no artista que, aos 63, esbanja ainda uma performance simplesmente radiante.

Ney se aproximou de Pedro Luís e A Parede, ou simplesmente "Plap", há uns cinco anos. Começaram a se apresentar juntos e da afinidade saiu o CD Vagabundo, em 2004, show com o qual se apresentaram juntos em todo o país ao longo deste ano.

O Plap já tem sua história no Rio de Janeiro. Foi lá que criou, em 2001, o Monobloco, bloco carnavalesco diferente, que mistura samba, funk, soul, maracatu, e que ao mesmo tempo ajudou a reerguer a tradição dos blocos de rua da Zona Sul do Rio. É formado por cerca de 150 batuqueiros que participaram das oficinas de percussão promovidas pelo grupo, no Teatro Casa Grande. Apesar de relativamente "jovem" (menos de uma década), o grupo já está lançando um CD, Seleção 1997-2004, reunindo obras de quatro discos gravados nesse período.

 



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