Incomodado com a situação, o procurador da
seccional Renato Bernardi anotou, conjuntamente com os fiscais
de renda, placas pelas ruas do município e criou um banco de
dados com 2.200 carros.
Ao cruzar os dados com as informações do
Ciretran, foi possível emitir 1.377 notificações judiciais,
para comprovação de residência no Paraná. A ação já resultou –
ainda na etapa administrativa – 829 transferências de
documentação do Paraná para São Paulo, com recolhimento de
impostos atuais e retroativos, fato gerador de importante
recuperação de créditos para Estado e município. O exemplo,
que denota uma atuação qualificada e dedicada, é uma constante
na rotina dos 13 procuradores classificados na PR 11.
A Regional, que apresenta uma vasta área
territorial, com 55 municípios, 16 comarcas e 2 varas
distritais, subdivide-se em 1ª Subprocuradoria – responsável
pelas comarcas da sede e próximas – e em 2ª Subprocuradoria –
responsável pelas comarcas mais distantes. A 2ª Sub
organiza-se ainda nas Seccionais de Tupã (um procurador
classificado, mas com atuação na sede), Assis (um procurador e
sede no próprio município) e Ourinhos (2 procuradores e sede
na cidade). A PR já iniciou o processo de especialização, com
colegas atuando na área judicial na sede e na Seccional de
Assis.
O crescimento das ações de danos morais e
medicamentos configura tendência no perfil das ações judiciais
nas bancas da Regional. Além disso, os colegas têm revertido e
postergado indenizações milionárias, como no caso da ação de
reintegração de posse de terras na cidade de Palmital. Apesar
do seqüestro de R$ 276,8 milhões do governo estadual para
pagamento de precatório relativo à ação, determinado pelo
presidente do TJ SP, Celso Limongi, o trabalho dos
procuradores, com a apresentação de todos os recursos
cabíveis, tem adiado por várias décadas uma condenação
definitiva para o Estado.
Para efetivar o excelente trabalho, os
procuradores da PR 11 precisam superar vários entraves.
O mais grave refere-se aos equipamentos,
tecnologia e suporte de informática. Os computadores e
impressoras não estão disponíveis em número suficiente e
apresentam uma configuração de baixo rendimento. O acesso à
internet é lento, o que dificulta a navegação em sites
primordiais ao desempenho das funções. As Seccionais de Assis
e Ourinhos sentem ainda mais os problemas, especialmente pela
distância da sede, o que dificulta o abastecimento regular de
suprimentos. Em contrapartida, as instalações prediais e o
mobiliário estão em boas condições.
Outro fator que causa grande preocupação na
Regional é a diminuição de 15 para 13 o número de cargos
disponíveis na Unidade (Decreto n° 52.296, de 24/10/2007).
Segundo o procurador que responde pela unidade, Ricardo Pinha
Alonso, ainda não é possível mensurar se haverá sobrecarga de
trabalho, pois apenas recentemente o quadro total de
procuradores foi disponibilizado.
Contudo, com a assunção do serviço jurídico
das autarquias – em especial o DER – e o controle da Dívida
Ativa, uma previsão de cargos tão justa causa apreensão.
Surpreendidos pela redução, tentou-se uma reversão, porém não
foi possível.
Conseguiu-se, todavia, um comprometimento
do procurador geral Marcos Nusdeo, com a possibilidade de
designação, em caso de real necessidade.
Por sua vez, o quadro de 17 funcionários
encontra- se no limite e o convênio com a Fundap para
contratação de estagiários administrativos é considerada uma
medida paliativa, mas eficaz na dramática conjuntura. As
Seccionais não contam com apoio de servidores. O quadro de 20
estagiários de Direito, considerado adequado, será preenchido
até o final deste ano. No que concerne ao apoio técnico, a
Unidade apresenta um Setor de Engenharia bem estruturado, com
dois engenheiros, mas ainda não estabeleceu contratos com
contadores.
A Regional dispõe do serviço de malotes
para transporte de autos, que solucionou em parte o
deslocamento dos colegas. Além disso, as comarcas mais
distantes têm sido atendidas pelos procuradores da Seccional
de Ourinhos, ou seja, nesses casos, o ponto de partida da
viagem não é mais Marília – iniciativa que reduz as distâncias
e racionaliza os deslocamentos.
As viagens ainda necessárias são realizadas
em algumas ocasiões por uma viatura (em ótimo estado de
conservação) e em outras pelos carros particulares dos
procuradores. No último caso, os colegas precisam arcar com os
custos da viagem.