ASSOCIAÇÃO DOS PROCURADORES DO ESTADO DE SÃO PAULO


 


Paridade já


Uma PGE forte em defesa do interesse 
público

A Constituição Federal de 1988 estabelece que os procuradores do Estado – ao lado de juízes, promotores, defensores públicos e advogados – exercem funções essenciais para o funcionamento equânime da Justiça. Não é justificável, portanto, que em pleno estado democrático de direito ocorra um tratamento desigual entre os integrantes dessas carreiras. A APESP tem lutado incansavelmente pelo restabelecimento da paridade remuneratória havida entre 1995 e 2000. A paridade foi "quebrada" em 2000, quando juízes e promotores tiveram um reajuste de 38% não repassados aos procuradores. "É natural dar continuidade à luta pela efetivação desse comando constitucional, a fim de que a PGE alcance idêntico tratamento atribuído às demais carreiras jurídicas, em todos os níveis", defende Marcos Nusdeo, presidente da APESP.

Desde 2002 houve vários avanços na questão remuneratória, mas insuficientes. Em 2002, o Executivo implantou uma sistemática remuneratória, segundo a qual a revalorização da verba honorária ocorreria no mesmo percentual do acréscimo da arrecadação em relação ao ano anterior. O objetivo, várias vezes reiterado, era de recuperar a paridade remuneratória até o final do Governo Alckmin. O primeiro sintoma de que existiriam dificuldades no cumprimento da palavra empenhada pelo Governo ocorreu em 2003, com o anúncio de um reajuste aquém do acréscimo da arrecadação. Em 2004, foi o ano do "reajuste zero", quando Governo descumpriu completamente esse seu compromisso. Esse episódio culminou com uma reação da Carreira, que realizou, em 11 de agosto de 2004, a paralisação das atividades por algumas horas, em protesto ao descaso do Governo.

Nunca houve um momento tão propício para a reconquista da paridade como agora. A arrecadação da verba honorária passou de R$ 54,7 milhões, em 2004, para R$ 77,8 milhões, em 2005, um aumento superior a 42%. Além disso, a tendência é de que, em 2006, a arrecadação continue crescendo em patamares ainda mais altos. "Esse saldo é mais do que suficiente para ser restabelecida a paridade remuneratória. Chegamos ao momento decisivo para o cumprimento dessa promessa", assevera Márcia Zanotti, secretária geral da APESP.

"A Carreira vem fazendo a sua parte. Nenhum encargo a mais e nenhuma atribuição adicional em defesa do interesse público deixaram de ser prontamente atendidos e assumidos pelos procuradores, com o mesmo entusiasmo e com a mesma dedicação", avalia Ivan Duarte Martins, diretor da APESP. Uma PGE forte e com um quadro funcional estimulado representa benefícios ao Estado e ao interesse público. Por exemplo, a atuação dos procuradores da Consultoria tem prevenido que ilegalidades e abusos de poder ocorram em São Paulo. Outro destaque vai para os colegas da Assistência Judiciária, que atuam obstinadamente na defesa dos direitos dos cidadãos, garantindo o acesso igualitário à Justiça. Essa função, que está sendo transferida para a Defensoria Pública, foi desempenhada com a mesma abnegação pela PGE nos últimos 50 anos.

No Contencioso, apenas nos dois últimos anos, a atuação dos procuradores rendeu ao erário estadual, com a arrecadação da dívida ativa, mais de R$ 1 bilhão de reais, apesar da precariedade de infra-estrutura material e de serviços de apoio – principalmente quando comparados aos escritórios de advocacia privados com os quais o Estado litiga. "Esse obstinado trabalho, traz, ademais, uma outra conseqüência altamente positiva, embora de difícil quantificação: o desestímulo à sonegação", continua Marcos Nusdeo.

Em outra frente, merece destaque a reversão de milionárias indenizações – especialmente as ambientais – resultado da competente atuação de vários procuradores da Capital, das comarcas do Interior e de Brasília.

No artigo "Mentiras contra o ajuste fiscal", publicado na seção Tendências e Debates, do jornal Folha de S. Paulo (de 9/5/2006), o ex-secretário da Fazenda, Yoshiaki Nakano, reconheceu que a PGE conseguiu suspender e reverter significativas condenações judiciais em precatórios não-alimentares, gerando uma economia de cerca de R$ 3,5 bilhões para o Estado de São Paulo.

A PGE tem conseguido ainda significativas vitórias em ações ajuizadas contra a Fazenda do Estado: cerca de 80% delas vêm sendo julgadas improcedentes, evitando-se o crescimento da dívida do Estado com precatórios, que se reduz a cada ano. A partir deste ano, a Instituição está assumindo mais uma responsabilidade: a advocacia das autarquias estaduais. Por tudo o que já fez e continuará fazendo, a Carreira espera o imediato restabelecimento da paridade.

 

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