ASSOCIAÇÃO DOS PROCURADORES DO ESTADO DE SÃO PAULO



 

Homenagem

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O alçar de um novo vôo


Após muitos anos de dedicação e competência, procuradores aposentados de 2003 e 2004 deixam a PGE e, com sua larga experiência, vão trilhar novos caminhos

 

Foram 25 os homenageados na noite de 29 de abril, no Centro Sociocultural da Apesp. Todos procuradores e procuradoras que ao longo de sua carreira na Procuradoria Geral do Estado deixaram uma ampla contribuição à advocacia pública. E todos apaixonados pela carreira que abraçaram em sua maioria ainda jovens e à qual dedicaram boa parte de suas vidas. Deixam saudades e sentem muitas saudades. Aposentados nos anos de 2003 e 2004, sabem que o futuro reserva a eles muito boas novidades. Afinal, foram procuradores do Estado, conhecem de tudo um pouco, são capazes de advogar em qualquer âmbito e são, acima de tudo, lutadores.

O presidente da Apesp, José Damião de Lima Trindade, afirmou durante o evento que essa é uma homenagem mais do que merecida: "esses colegas nos deixaram uma Procuradoria muito melhor". Todos os homenageados receberam uma bela estatueta com duas asas estilizadas. "Representa o que está por vir: esses procuradores estão iniciando um novo vôo em suas vidas." 

Exemplos – Formado em 1959 pela PUC/SP, o procurador Aloysio Raphael Cattani ingressou na carreira de procurador em 1964. Foram 38 anos e 8 meses de dedicação ao contencioso da Procuradoria de Assistência Judiciária. "Passei minha vida lá e foi a melhor coisa que fiz. Fui trabalhar no setor de atendimento a pessoas pobres e desabrochei como advogado."

Cattani formou várias gerações de procuradores na PAJ. Sob seu ponto de vista, o papel da Procuradoria é dar ampla sustentação ao Estado. "Sem a Procuradoria, o Estado ficaria sem direção. E, ser um procurador, é ser advogado por excelência, é exercitar a profissão em sua plenitude." Após tantos anos de dedicação ao direito, Cattani não pretende parar, continua advogando. "Sou como cavalo de raça, morro na pista. Na minha idade, se você parar, perde a motivação de viver."

Motivação que também não falta ao professor e procurador Uilson Ramos Franco. Depois de estudar para seminarista e após 20 anos no Magistério, como professor de História, Filosofia e Português, além de diretor de escola e delegado de ensino na região de Tatuí, Uilson cursou Direito em Sorocaba e ingressou na Procuradoria em 1990. Chegou a chefe da Regional e em 2002 veio para São Paulo onde atuou na coordenadoria de Precatórios junto ao gabinete do procurador-geral do Estado.

Se convidado a comparar, Uilson Ramos não se faz de rogado. "A Secretaria da Educação deu-me muitas alegrias. Mas a PGE foi maravilhosa. Pude dar a mim e à minha família a satisfação de que podia trabalhar e vencer em outro ramo do setor público." Ele destaca que ser procurador envolve uma militância bastante grande. "É necessário dedicação, há muito trabalho, viagens, uma grande diversidade de ações. Mas vale a pena!" E agora? Uilson Ramos pretende continuar advogando e cuidar do seu sítio. "Quem sabe, levar uma vida mais bucólica."

Um grande aprendizado, um excelente espaço para uma rica troca de experiências. Assim define seus mais de 23 anos na PGE, a procuradora Ângela Di Francesco. Foram quase 20 anos na Procuradoria Judicial e outros três na Consultoria Jurídica. "A experiência profissional que obtive ao longo desses anos todos, no Contencioso – que é um grande escritório de advocacia –, é uma coisa ímpar, que capacita o procurador do Estado a atuar em qualquer área jurídica." Para Ângela, o mais importante, o que fica, é o valor humano, a experiência de vida desse convívio diário muito intenso e caloroso, que ninguém tira. "Hoje, na aposentadoria, sinto que meu maior patrimônio é o humano, não o funcional ou o intelectual." Com 28 anos de serviço, somente cinco deles fora da PGE – na advocacia privada, logo após a formatura pela São Francisco, em 1977 –, Ângela conta que já sente falta do trabalho. "A gente bufa, reclama do excesso de serviço, mas sabe que está fazendo algo especial." O tempo livre está sendo aproveitado para cursos de atualização na área, para o Inglês. E, claro, uma novidade, depois de tantos anos de dedicação à PGE. "Estou cuidando mais de mim e dos meus filhos."

Assim também está a vida da procuradora Maria Helena Pacheco de Aguirre. Desde 1978 na carreira – formada em 1971, pela São Francisco –, ela esteve 15 anos na PAJ e outros 10 anos e meio na Consultoria Jurídica. "Realizei-me profissionalmente na PAJ, no trabalho com os carentes." Ainda aproveitando um pouco do tempo livre, Maria Helena está prestes a voltar a advogar, agora no escritório do marido, o criminalista José Roberto Leal de Carvalho, com quem começou a namorar ainda na faculdade, nos tempos em que ele era presidente do aguerrido Centro Acadêmico XI de Agosto.

Uilson Ramos, Aloysio Cattani, Márcia Zanotti, Ângela Di Francesco e Maria Helena figuravam dentre os 25 homenageados da turma de aposentados dos anos de 2003 e 2004

Da turma de aposentados de 2003, a procuradora Márcia Zanotti não quer saber de tempo livre. Prova disso, é que desde que se afastou da PGE, concorreu à eleição para o cargo de secretária-geral da Apesp. E descobriu o que, para ela, foi uma surpresa. "Essa faceta política, que eu achava que não tinha e tenho. Foi muito realizador ser eleita." Desde 1978 na PGE e formada também no Largo São Francisco, em 1972, Márcia dedicou boa parte do seu tempo à PAJ: foram 15 anos, divididos entre a cível e a criminal. Ocupou, de 1995 a 1999 o cargo de Subprocuradora Geral da Área da Assistência Judiciária e de 1999 a 2000 o de Procuradora Geral do Estado Adjunta. Também atuou na Procuradoria Administrativa e na Consultoria de Saúde. Fazendo coro com seus colegas, afirma que trabalhar na área pública é muito bom. "O envolvimento com os carentes é gratificante demais. É um trabalho de extrema relevância social que lhe dá visão da realidade brasileira com a qual não se tem contato", diz Márcia, reproduzindo aquilo que parece ser a essência, o que move os procuradores e procuradoras do Estado.

 

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