ASSOCIAÇÃO DOS PROCURADORES DO ESTADO DE SÃO PAULO



 

Nosso congresso

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Unidos em nome da advocacia do interesse público

Já são 30 encontros em que os procuradores acumulam conhecimentos para aprimorar sua atuação em defesa dos interesses do Estado


Foram cinco dias de debates intensos na bela cidade de Belém do Pará. De 25 a 29 de outubro, mais de 400 procuradores de Estado e do Distrito Federal discutiram formas de tornar cada vai mais eficiente A Advocacia de Interesse Público, tema central do XXX Congresso Nacional de Procuradores de Estado.

A participação dos procuradores do Estado de São Paulo foi um sucesso premiado (veja box). Mas quem ganha mesmo, a cada encontro desse, são os menos favorecidos, que têm no Estado seu único defensor. "Temos que viver em busca e em função do interesse público. A advocacia do interesse público primário é que deve sempre prevalecer em nossas ações. Essa é a consciência que devemos ter e conviver cotidianamente, sem transigir!", ressalta o presidente da Associação Nacional dos Procuradores de Estado, Omar Coelho de Mello que, em entrevista exclusiva a O Procurador, traça um perfil de mais um importante congresso da carreira.

O Procurador – Quantos procuradores, de quantos estados, participaram deste congresso?

Omar Coelho de Mello - O Congresso contou com a participação de aproximadamente 400 congressistas de todo o país, à exceção dos colegas do Amapá, que ainda não têm associação nem Procuradoria regularmente formada, e de Roraima, que criaram no mês de junho último a sua Associação. Além deles, também os do Ceará, por falta de condições, segundo informações de sua presidenta, Lúcia Teixeira. O que é de lamentar, uma vez que o Ceará constitui-se numa força do Nordeste, mas seus procuradores estão enfrentando problemas.

O Procurador – Quais os principais temas apreciados?

Mello – O tema central foi A Advocacia do Interesse Público, dando-se bastante ênfase à necessidade de uma ação agressiva dos procuradores de Estado e do Distrito Federal na defesa intransigente do interesse público primário – essencial do estado, quando em choque com o secundário –, interesses da administração e dos governantes. No mais, transitou-se em todas as áreas de interesse do Estado, visando o aprimoramento de nossa atividade, apesar de alguns desavisados entenderem que o nosso congresso, que acontece há mais de três décadas, seja de cunho corporativo.

O Procurador – E a importância de um evento desse porte para a carreira e para a advocacia pública?

Mello – Fundamental. Todos os avanços alcançados até hoje devem-se aos debates e às discussões realizadas em nossos encontros. A advocacia pública não estaria na condição em que está se não fossem os nossos congressos. E não sou eu quem diz isto, mas o professor Diogo de Figueiredo Moreira Neto, um jurista renomado e um batalhador por uma advocacia pública altaneira.

O Procurador – Qual o custo deste evento?

Mello – Um evento deste porte requer um bom investimento, mas de retorno garantido. Segundo o presidente da Associação dos Procuradores do Estado do Pará, Fábio Góes, nosso anfitrião, este congresso teve um custo de duzentos mil reais. O do ano anterior, em Sergipe, ficou na casa dos cento e cinqüenta mil reais. Nossos congressos têm uma participação média de 500 procuradores. Neste tivemos o processo eleitoral, que atrapalhou um pouco, mas não tirou seu brilho. Aliás, era voz corrente no congresso que, sem menosprezar nenhum outro, foi um dos melhores ou o melhor dos últimos anos. Em 2005, o XXXI Congresso Nacional de Procuradores de Estado acontecerá em Florianópolis, no Costão do Santinho, de 10 a 14 de outubro.

O Procurador – Quais as principais conclusões do XXX Congresso?

Mello – Elas podem ser sintetizadas nos termos dos quatro itens da Carta de Belém:

1 - O mecanismo adotado pela União com a intenção de aumentar a sua receita tributária, criando e majorando diversas contribuições em detrimento do princípio constitucional da repartição de receitas, agride a autonomia dos Estados e fragiliza a Federação; 2 - No exercício das suas funções, os procuradores de Estado e do Distrito Federal têm independência técnica, vinculando-se apenas aos imperativos legais e éticos norteadores da advocacia pública; 3 - A autonomia das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal garantirá as condições materiais para o seu constante reaparelhamento, com o objetivo de aprimorar o cumprimento constitucional da sua função essencial à justiça; 4 - A Anape, quando defende de forma intransigente o interesse de seus associados, o faz na certeza de que o Estado é, em última análise, o maior beneficiado com o resultado de suas conquistas, na medida em que estas são de finalidade pública. 

O Procurador – Em relação aos outros congressos da carreira, como o senhor contextualiza este?

Mello – Todos os nossos congressos, como dito anteriormente, contribuíram efetivamente para o fortalecimento da carreira, da advocacia pública e na melhor forma de defender as unidades federadas. Estamos começando um novo milênio e nossa luta é pela autonomia da carreira, para melhor podermos contribuir para o engrandecimento dos estados, tendo como objetivo uma melhor condição de vida para o nosso povo, tão vilipendiado e massacrado, muitas vezes, por uma visão distorcida dos que comandam este País. Diante desse quadro de coisas, temos que viver em busca e em função do interesse público. O nosso cliente é especial demais! Seus bens são indisponíveis! Todas suas ações têm de ter por base a moralidade e a legalidade!

O XXX Congresso concedeu a São Paulo um troféu pelo fato de ter sido o estado cujos procuradores contribuíram com o maior número de teses: todas as 12 teses apresentadas por procuradores paulistas foram aprovadas (leia abaixo). Vale ressaltar que os tesistas de São Paulo terão suas despesas de viagem e estadia reembolsadas pela Apesp, já que o Centro de Estudos da PGE, por determinação do procurador-geral, deixou, desde 2003, de subsidiar o comparecimento aos congressos nacionais da carreira.

A compensação da dívida ativa com a dívida passiva do Estado como meio de realização de créditos públicos - Margarida Maria Pereira Soares e Nelson Lopes de Oliveira Ferreira Jr.

A inviolabilidade do sigilo de dados e a atuação do Fisco Renato Bernardi (aprovada com louvor)

Princípio da proporcionalidade e administração pública
Marcos de Azevedo

Parceria público-privada (PPP): o modelo paulista - Lúcia Cerqueira Alves Barbosa

A competência administrativa para licenciamento ambiental em face das disposições do artigo 225, parágrafo 4º da Constituição Federal – áreas do patrimônio nacional - Sebastião Vilela Staut Junior

O princípio da inafastabilidade do controle jurisdiconal e a fiscalização dos atos interna corporis do poder legislativo – abordagem crítica da doutrina da auto-restrição judicial - Derly Barreto e Silva Filho

A praxis da ação declaratória de constitucionalidade: uso, experiência e exercício do poder - André Brawerman

Supremacia do interesse público – princípios da proporcionalidade e razoabilidade e a dignidade da pessoa humana - Márcia Elisabeth Leite

Tributação e meio ambiente. Tributação e emprego - Margarida Maria Pereira Soares e Nelson Lopes de Oliveira Ferreira Jr.

Organismos geneticamente modificados – obrigatoriedade de prévio estudo de impacto ambiental e competência legislativa dos estados-membros - Rita Kelch

O estado laico e a defesa dos direitos fundamentais democracia, liberdade de crença e consciência e direito à vida - Mônica de Melo

Relativização da coisa julgada e interesse público Marcos de Azevedo

 

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